sexta-feira, 7 de junho de 2013

Diversificação de atividades diminui riscos

Com o objetivo de melhorar a produção, aliando tecnologia à sustentabilidade, produtores de todo o país têm investido em novas técnicas dentro de suas propriedades. Segundo Ronaldo Trecenti, agrônomo, especialista em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistema Plantio Direto (SPD) e consultor da Campo Consultoria e Agronegócios, existe ainda um número pequeno de produtores que utilizam novas tecnologias disponíveis. Ele diz que, ao fazer uma radiografia do sistema de produção agrícola brasileiro, percebe-se que a grande maioria dos produtores ainda trabalha com a monoatividade e o monocultivo.
— Nosso produtor se tornou um especialista em produção de soja e milho, algodão ou feijão, trabalhando com o monocultivo. Na pecuária, o pecuarista também é especialista ou na pecuária de corte ou na pecuária de leite. Na parte florestal, o silvicultor trabalha ou com a produção para energia, celulose ou madeira — afirma.
De acordo com o agrônomo, o mercado apresenta hoje uma série de demandas aos produtores. Ele explica que é relevante destacar as mudanças climáticas que estão ocorrendo na área ambiental, como a intensidade de chuvas torrenciais, estiagens, ventos, chuvas de granizo e aumento ou queda brusca de temperatura. Para ele, isso tem afetado a produção de uma série de produtos.
— Na parte ambiental, existem as exigências legais quanto à reserva de recursos naturais. Já na questão econômica, percebe-se a oscilação de preços no mercado. Na parte social, tem-se observado ainda um aumento das exigências em relação à legislação trabalhista, à questão de segurança do trabalho e à certificação dos produtos. Se bem trabalhadas, essas questões podem se tornar oportunidades — diz.

Sistema ILPF

Trecenti fala também de algumas tecnologias que se destacam no âmbito do agronegócio. Entre elas, está o plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que aumenta mais ainda a diversificação na propriedade.
— Com a ILPF, o produtor passa a ter três atividades na mesma propriedade. Isso aumenta muito a sustentabilidade. Se o produtor enfrenta uma crise de mercado de grãos, por exemplo, ele ainda tem a atividade de pecuária e a atividade florestal. O interessante ainda é que a agricultura traz rentabilidade em curto prazo, a pecuária no médio prazo e a atividade florestal no longo prazo. É como se o produtor estivesse investindo em várias opções de ações de forma a reduzir o risco — explica.
Para ele, sempre que o produtor alia essas três atividades, ele faz uso do sinergismo entre elas. Isso porque a lavoura permite a recuperação de uma área de pastagem degradada, a pecuária se beneficia com o residual de fertilizantes deixados pela lavoura e a floresta também se beneficia. Além disso, ele conta que a floresta também traz um benefício à pecuária na forma de conforto térmico e bem estar animal, o que aumenta a produção.
— O produtor deve se informar, buscar novidades, orientação técnica e trabalhar muito com planejamento. A adoção dessas tecnologias é relativamente simples, mas requerem acompanhamento técnico. Deve-se, portanto, buscar orientação técnica, elaborar um projeto de implantação dessas tecnologias e trabalhar de forma coletiva, buscando parcerias. Os produtores que têm alcançado o sucesso trabalham de forma integra.

[ Fonte: Dia de Campo ]

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